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Eu viajei e fiquei 3 dias e 2 noites sem o Bê — o máximo de tempo que já tínhamos passado separados antes era 36 horas.


E foi tudo tranquilo… até eu voltar e me deparar com uma realidade para a qual eu não estava preparada:


Estou me tornando cada vez menos “necessária” pro Bê.

E isso me assusta tanto quanto me empolga.


Desde a gravidez, eu penso em como parte de ser mãe é, aos poucos, se tornar desnecessária. Isso é criar um futuro adulto funcional e autossuficiente… mas a verdade é que encarar esse processo na prática é bem mais difícil do que parecia na teoria.


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Quando cheguei de viagem, fui buscá-lo na casa da minha mãe. Fui recebida com amor, carinho de saudade e um:


“Posso dormir aqui na vovó?”

Eu esperava um grude, do tipo “só a mamãe serve”, e confesso que isso mexeu comigo. A ponto de me perguntar: Será que estou errando em algo que o faz me querer menos?


Conversas, desabafos e muitas racionalizações depois… percebi:


Era só uma criança crescendo.


Parte da dificuldade de aceitar esse crescimento tem a ver com o quanto passei a atrelar meu autovalor à forma como o Bê precisa de mim.

E isso… é perigoso.


Pensa que injusto:

Eu quase preferia que ele tivesse “sofrido” mais com a minha ausência, só para eu sentir que sou útil e valiosa.


(E eu sou. Independente da recepção pós-viagem.)


Então, desde que voltei, comecei uma nova fase.

A fase de aprender a entender quem eu sou pro Bê, além de ser a pessoa que atende às necessidades dele.


E foi quase como um sinal do destino quando uma amiga muito sábia me disse:


“Maternar impõe o serviço.”

Talvez seja isso que tenha feito eu enxergar meu valor pela lente do fazer, em vez da lente do ser.


Mas maternar precisa ser além disso.


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Maternar precisa impor também o autoconhecimento, a autoestima, a busca pelo que nos preenche além dos filhos e a consciência de que nosso valor não pode estar no que fazemos, e sim no que somos.


 
 
 


Parque Capivari
Parque Capivari

Começo dizendo que não foi proposital, mas… vocês já tentaram alinhar uma viagem com sete adultos com rotinas diferentes? Pois é. Com tantas agendas complicadas, acabou que a viagem para o friozinho (2 casais sem filhos, uma amiga solteira e minha família com uma criança pequena) caiu justamente no final de semana do Dia dos Namorados. Posso falar? Foi tão bom!


Uma parte de nós saiu no dia 13/06 (sexta-feira) no horário de almoço. Chegamos por volta das 16h e já fizemos o check-in no Airbnb (que foi uma ótima experiência — link aqui).


reprodução Airbnb
reprodução Airbnb

Depois fomos ao centro da cidade, perto do Parque Capivari, para ver as lojinhas de artesanato, roupas e dar uma volta pela rua dos restaurantes. Pagamos R$35,00 de estacionamento, e já te aviso que vem um plot twist nesse valor... Enfim, tomamos o famoso chocolate quente cremoso (R$19,90 por 180ml, que dividimos em dois) e jantamos uma pizza (R$125,00 + taxas e bebidas) às 19h — só quem tem filho pequeno vai entender.


Voltamos pra casa e começou a maior saga da viagem: acender a lareira. Estava bem frio e, com nossa experiência quase nula em acender fogueiras, foi um pouco difícil. Até que um dos maridos chegou e, como foi escoteiro na infância, sabia acender e manter a chama acesa. Fica a dica: tenha um amigo que foi escoteiro ou que saiba acender fogueiras.


Eu costumo ser mais flexível com os horários de sono do Bernardo durante viagens, então ele foi dormir mais tarde que o habitual — e aqui deixo uma dica importante: só tope sair muito da rotina se estiver disposta a lidar com as consequências no comportamento da criança. Não dá pra responsabilizar a criança pelas nossas decisões, né?


Perto da meia-noite todos já tinham chegado, e aproveitamos a lareira e um vinho para aquecer o coração.


Parque Capivari
Parque Capivari

No dia seguinte, voltamos ao centro, novamente perto do Parque Capivari, para fazer o típico passeio de teleférico. O mesmo estacionamento já estava R$60,00 (eu avisei do plot!). O ingresso do teleférico saiu R$79,90 por adulto e R$40,00 para criança. Compramos direto pelo aplicativo (sem opção de parcelamento). A fila durou cerca de 40 minutos, mas o parque tem muitos quiosques de comida, lojinhas, roupas e bebidas — o tempo passa rápido.

Achamos que valeu muito a pena! A subida/descida é rápida, mas dá pra aproveitar a vista do outro lado da cidade e depois retornar para o parque. Lá também tem outras opções de passeio, como os trenós, roda-gigante, brinquedos infantis (tipo trenzinho) etc. Você pode conferir tudo [aqui].



O almoço foi em um barzinho perto da saída do parque e custou R$45,00 o prato bem servido, o que é um valor bem ok para Campos.


Cafeteria e Livraria
Cafeteria e Livraria

Depois disso, os meninos voltaram pra casa e nós, as meninas, fomos para a cafeteria San Souci, que fica junto da Livraria História sem Fim. E, olha, para leitoras: é um lugar mágico. Um conceito bem fantasia romântica, com comida deliciosa e porções bem servidas. Gastamos R$60,00 por pessoa para comer, tomar um café e uma sobremesa.


A livraria é pequena, intimista, com um acervo super bem curado — poucos livros, mas para todos os gostos. Compramos um livro de uma autora jordanesa, que é também a dona da livraria. (Sim, meu sonho de abrir uma livraria renasceu ali.)




Na mesma noite, fizemos um fondue em casa com receita caseira de uma amiga (quem quiser, só pedir aqui ou no Instagram que eu posto!). Foi maravilhoso, bem melhor do que enfrentar o caos dos restaurantes — e mais barato também.



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No domingo de manhã, arrumamos as coisas para o check-out e nos indicaram o Parque da Lagoinha — de longe, nosso maior acerto da viagem. Um parque mais vazio, com muita natureza, museus, restaurantes e uma vista que me recuperou cinco anos de vida de tão linda!


Almoçamos por lá — o prato saiu por R$45,00. O estacionamento foi R$20,00 (sim, muitos estacionamentos… não tem escapatória).


De lá, pegamos o caminho de volta pra vida real, em SP.



Trilha no Parque da Lagoinha
Trilha no Parque da Lagoinha

Toda vez que viajo, volto mais confiante de que a melhor coisa que podemos oferecer aos nossos filhos são experiências na natureza, cercados de gente amorosa e focados em conexões reais. Interações de verdade. Não há brinquedo no mundo que seja mais incrível do que "ver um verde", cercado de pessoas que te amam.


Volto grata pelo privilégio de perceber que é num ritmo mais lento, natural e conectado que a vida de verdade acontece. Essa é apenas mais uma das muitas aventuras que queremos proporcionar para o nosso menino crescer sabendo que é assim que se vive: com intenção e propósito.





 
 
 

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A festa junina da escola do Bê foi no último sábado. E foi tudo lindo, mas o momento da apresentação me trouxe muitas reflexões.


No Dia das Mães, ele fez uma apresentação cheia de entusiasmo, se entregando totalmente à música e à dança. Na festa junina, parte de mim esperava essa mesma experiência do “meu filho animado que ama se apresentar”. E, como uma mãe consciente sempre precisa, levei um choque de realidade ao ver meu filho bem mais reservado na apresentação.


Durante os longos 7 minutos no palco, pensei em mil justificativas para essa versão menos animada dele: "talvez ele não goste da música", "talvez preferisse dançar perto da melhor amiga", "talvez estivesse cheio demais ali e isso o deixou acanhado."


Mas, graças à consciência que venho desenvolvendo nos últimos tempos, me deu um estalo:


Por que preciso justificar algo que não representa um problema? Por que quero resolver algo que não causa nenhum malefício?


Parte de mim, naquele momento, quase transformou toda a apresentação dele em um momento meu, quando na verdade aquele era o momento dele.



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A forma como ele se apresenta — ou deixa de se apresentar — não representa nada sobre as minhas abordagens como mãe.


Acredito que, se eu tivesse insistido em descobrir o motivo pelo qual ele não correspondeu às expectativas que eu criei sozinha, teria feito muitas perguntas, tentado encontrar formas de garantir que, na próxima vez, ele voltasse a ser “soltinho”. Mas, ao aceitar que não havia um problema, fui “presenteada” com um lindo momento de conexão com ele:





Ao descer do palco, ele me abraçou e disse:


“Mamãe, eu estava com tanta vergonha… que bom que você estava aqui pertinho.”


Fui presenteada com sua confiança em me revelar a própria vulnerabilidade. E que momento poderoso vivemos juntos ali. Eu respondi:


“Obrigada por me contar que estava com vergonha. Você gostou de continuar dançando mesmo assim?”


Porque, mais importante do que eu ter achado lindo, era ele refletir se aquela experiência fez sentido para ele.



A Parentalidade Consciente me tornou mais inteira ao perceber que não preciso que meu filho me entregue satisfações que, na verdade, eu preciso buscar dentro de mim. Isso torna a minha vida mais leve — e a dele, mais autêntica. E isso… não tem preço.

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