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O que dói mais: fazer tudo sozinha ou admitir que precisa de ajuda?

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Eu sou a filha mais velha de três filhos, sendo os dois mais novos meninos. Eu tenho essa coisa de querer fazer tudo sozinha…


Essa independência sempre foi vista com muito bons olhos. “Bebezinha já se vira, é tão madura” ou “Olha a Beca, não dá trabalho nenhum.”


Apesar de zero maldade nesses elogios, algo muito profundo se fixou em mim:

“sou um exemplo de força e independência quando faço tudo sozinha.”

Eu lembro de um término de namoro muito intenso que tive na adolescência, que coincidiu com uma viagem da minha mãe. Eu podia ter dito “mãe, não tô legal”, e eu sei que ela teria ficado. Mas adivinhem? Não disse nada. E, depois que ela soube, ainda minimizei a situação: “imagina, eu nem liguei tanto.”


Corta para eu sozinha em casa, ao som de músicas de término da Taylor Swift, tomando 1L de sorvete e chorando…



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Acho que foi só na maternidade que eu entendi que fazer tudo sozinha não era uma conquista, era um fardo (muitas vezes um fardo desnecessário).


O medo de errar e ter testemunhas do meu erro, o receio de ouvir conselhos não requisitados e a insegurança das minhas escolhas como mãe me isolavam de companhias que poderiam tornar minha parentalidade menos caótica e difícil.


Minhas maiores resistências a pedir ajuda e me cercar de mães e amigas eram:

  • Ah, mas ela tem mais problemas que eu, como posso desabafar sobre algo tão pequeno?

  • E se ela perceber que sou uma mãe despreparada e me julgar?

  • E se elas espalharem para todo mundo que eu disse que queria férias do meu bebê?

  • Mas como mostrar e provar que sou forte se preciso de ajuda?

  • Ela critica minha forma de criar meu filho e eu fico insegura por duvidar demais de mim mesma… melhor nem me colocar nessa situação.


Se você se identifica com alguma dessas resistências, vou te dizer:


existem relações em que esses medos não precisam existir, mas você só vai descobrir quais são elas se der uma chance.

Muitos processos terapêuticos depois, passei a entender que colocar a cara a tapa e estar mais próxima de outras mães e mulheres era menos dolorido do que estar sozinha.


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E é claro que muitos “tapas” vieram e muitas relações precisaram de ajustes (e chutes para longe, rsrs). Mas hoje eu digo que tenho uma rede de apoio emocional muito forte, que me torna uma mãe mais feliz. E eu acredito que uma mãe mais feliz é uma mãe melhor (não em performance, mas em ensinar para a criança como a vida deve realmente ser).


Eu entendo muito as mães que sentem a necessidade de se isolar. Mas, como uma mãe isolada em recuperação, eu gostaria de dizer:


não há problema ou dor que um desabafo e um abraço não melhorem.

Se você quer se conectar com outras mães, pode se juntar ao meu grupo de mães no WhatsApp (um espaço para desabafos sem julgamentos, mediado por mim).



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Mas cá entre nós? Também se dê a chance de bater papo com as mães no parquinho, porque você vai descobrir que todo mundo está com dificuldades e todo mundo pode se ajudar um pouco


Um abraço acolhedor,

Beca


 
 
 

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